quarta-feira, 28 de março de 2007

Segredos

We are secrets to each other
Each one's life a novel
No-one else has read
Even joined in bonds of love
We're linked to one another
By such slender threads

We are planets to each other
Drifting in our orbits
To a brief eclipse
Each of us a world apart
Alone and yet together
Like two passing ships
- Entre Nous - Rush

Ah sempre penso em muitas coisas pra escrever, mas hoje eu achei uma ótima. Estava removendo as revistas velhas do consultório e achei uma Claúdia de Novembro de 2006 (tudo bem, não me perguntem porque ela ainda estava lá). Comecei a folhear, tentando entender porque ela estava tão conservada ainda sendo que tinha matérias muito boas. E lendo, achei duas ótimas...

A primeira que vou comentar agora, a outra sobre sexo, eu vou precisar de ajuda da Cris para isso. Talvez ela lembre e me ajude...

A matéria tratava de pessoas que escondiam amarguras e coisas assim, e fingiam que nada tinham. Brigas sérias, coisas de família. Algo que eu chamo de coisa grande. Era sobre pessoas que conseguiram superar as barreiras e se resolveram. Nem lendo parece fácil. Eu nunca achei que fosse, achar é piada, eu sei que não é fácil (namorado também sabe, mas ele não conta, ele é psicólogo o.o).

Parece que tem final feliz. Só resolver. Eu gostaria de pensar assim. Mas como diz a música do Barão Vermelho "todo mundo é parecido quando sente dor", então, alguns de nós escondem isso bem melhor do que os outros. Escondem de esconder mesmo. Não é simplesmente falar "tudo bem, está ali" é mais do que isso. Acho que estou falando de mim. Mas tudo bem, eu tenho minhas amarguras, elas ficam nas masmorras, as vezes eu escuto gemidos de lá, e ignoro. As vezes eu me aproximo pra ver se escuto mais alguma coisa, e saio correndo depois. Acontece.

Tinha um teste na revista. Sobre o quanto você guarda ou resolve seus problemas. Eu resolvi fazer a nível de curiosidade. Tinha alternativas simples, e com respostas na ponta da língua, uma vez que eu já tinha pensado em muitos daqueles assuntos. Deu 20 pontos... deu assim: "Você é capaz de grandes demonstrações de afeto, mas tende a jogar emoções difícieis para debaixo do tapete com medo de tanta intensidade. Para disfarçar esse temor, não raro adota uma atitude autoritária e até agressiva. Ou então banca a boazinha buscando agradar a todos. É importante aprender a revelar o que a incomoda. Experimente escrever para organizar as idéias. Depois, exponha seus sentimentos à pessoa que a ofendeu. Procure conversar e ouvir antes de acusar."

Comecei a rir. E olha que eu faço testes porque eu gosto. Eu gosto de responder testes. Dai eu reli a resposta e ri. Não que seja uma completa mentira, mas não diria que é a verdade da minha vida. Eu achei engraçado. Sempre me divirto com o resultado. Acertas em termos, mas ele nunca acertou completamente.

Difícil? Eu sou mesmo. Eu nunca escondi isso de ninguém, e alias, eu aviso sobre isso. Tanto como aviso que sou ranzinza (não mais que o Samus, ainda bem que ele não é ranzinza comigo... não é tããããooooo) e rabugenta (coisa de velho). Agressiva eu sou mesmo, independente de estar magoada ou não. Arrogante (lembrando da Priss), as vezes eu sou mesmo, mas só uma pessoa no mundo tem autorização pra falar sobre isso, o restante toma patada pra largar a mão de ser boca -aberta. Até aí, esse resultado não deu em nada. Boazinha? Raramente, não ganho nada pra isso... mas as vezes eu sou mesmo, eu me faço de rogada, de santa e me divirto. Aprendi com meu pai, péssimo hábito. No geral, eu sou uma boa pessoa, tenho pensamentos felizes e prósperos e espero sempre que o próximo seja feliz e tenha uma vida repleta de alegrias (eu faço mantras com isso, meu exercício de perdão, eu desejo o bem sempre). Quanto a demonstrar afeto, depende se me sinto bem e segura pra isso. Daí pode ser que aconteça, mas demora, e justamente por causa dessa demora, eu fico ainda mais ranzinza.

Agora algo que é fato mesmo é em relação a escrever, isso lá é uma verdade. Afinal, eu sempre disse que melhorava a partir do momento que eu escrevo e que eu leio depois. Tenho coisas escritas aqui, as vezes eu releio o que eu escrevi em momentos de grande tristeza, ou felicidade ou paixão. É importante que eu escreva, mas geralmente eu faço mesmo por diversão, escrevo pra mim coisas que somente eu poderia entender. No meu outro blog tinha a história do Corazón e do Solitário, eu os amo, eles servem somente a mim. O Icaro vivia brigando comigo porque não entendia a história ou achava que ela tinha outros significados, implicava principalmente com o Corazón, dizia que eu escrevia errado... "personagem é meu, escrevo do jeito que eu quero" e nunca mais houve uma palavra sobre o assunto. Sempre considerei fundamental escrever. Sempre tive correspondentes, mas de uns tempos pra cá, nem e-mail tenho escrito. A última carta decente (ah, 10 folhas maravilhosas) foi pra Priss, mas também, era uma fanfic e gostaria de ter visto a cara dela lendo a carta, a Deusa sabe que deve ter sido impagável. E agora tem o blog e meu pensamento solto, parece bom pra mim. Escrevo pro namorado também, mas isso é mais difícil do que eu penso que é.

"Procure conversar e ouvir antes de acusar". Esse ponto é legal. Tudo bem, eu vou com uma espada nas mãos mesmo quando eu vou falar com alguém. Descobri um prazer sinistro em certas coisas, parei de discutir. Hoje eu sou sutil e perigosa. Ninguém vem discutir nada comigo. É bom e é ruim, porque umas pessoas precisavam ouvir umas coisas pra largarem a mão de serem "zés", mas deixa pra lá. Eu não falo, a Vida explica exatamente o que ela precisa entender, tanto ela como a mim também, como a todos nós.

E é isso. Pra variar escrevi muito. Eu e meus posts enormes... sobre a outra matéria da revista, preciso mesmo falar com a CrisCris antes, ou então eu vou pensar a respeito. Eu achei muito legal.

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