quinta-feira, 31 de maio de 2007

E eu estava onde...?

Eu tenho que narrar isso, antes que eu esqueça por completo. Passei o dia todo mau humorada. Minha mão dói, odeio frio, queria meu namorado. Enfim, o dia horrível. Pensava em muitas coisas, queria resolver tudo.

Fui no Correio, tinha que devolver uma consignação. Acredito que a Luciana achou que eu fui em outro lugar... demorou, droga de Correio que demora. E eu cheguei, vi um homem onde a fila costuma estar e parei atrás dele. Do lado ele tinha uma mulher, notei depois que ela estava grávida. Tudo bem, ela passa na frente.

Um garoto preencheu uma ficha e a Deusa sabe porque, parou atrás da grávida. Na hora eu pensei "que droga é essa?", mas ignorei. Estava ansiosa pra sair dali, muitas coisas pra fazer, pra arrumar. Não queria mais perder meu tempo e estava gelado. Bem, me irritei ainda mais - novidade.

A fila começou a andar, atenderam a grávida, o senhor a minha frente. Não sei porque, mas prestei atenção na conversa do pai com o garoto (garoto naquelas, "forgado" com ums 18 no minimo), falava que ele não estava na fila e o menino sendo grosso. Pensei "ah ele vai querer passar na nosa frente".

O porque do "Nossa" eu nem quero saber, depois eu penso nisso.

E não é que o menino fez isso? Ele simplesmente foi ao caixa. E eu já esperava por isso, não tinha ensaiado nada, e estava totalmente furiosa. Vai desrespeitar a minha vez na casa do caralho! Olhei pro garoto com meu pior olhar e falei "ou ou... tá indo onde?". Ele me olhou, insolentemente "era a minha vez, eu estava atrás da moça, depois do homem". Vai ser cinico na casa do caralho. "Ela estava ai porque está grávida, e pessoas especiais passam na frente" eu fitei o menino de cima a baixo "e não vejo nada de especial em você...".

E os deuses sabem o que aconteceu. Num outro momento, eu estava me olhando brigando com o menino, um pouco fora do corpo, no ar. Foi uma das sensações mais esquisitas da minha vida. Eu não sei mais o que eu falei pra ele. Não faço idéia. Só sei que ele resmungou, mas saiu. Eu fui até o caixa, e estava em outra realidade. Comecei a tratar o caixa como se não tivesse acontecido nada. Foi tão estranho e normal...

Demorei quase uma hora pra me achar. Não sabia o que tinha acontecido. Não faço a menor idéia. Eu estava tão tensa e tão brava. Achei um absurdo aquele filho da puta querer passar na minha frente, vai aplicar a Lei de Gerson na casa do caralho. ODEIO, eu simplesmente, ODEIO quem corta fila. E falo mesmo... ninguém vai entrar na minha frente e dar uma de esperto. Vai pra puta que pariu dar uma de esperto comigo. Odeio isso... eu fiquei insana. Mas não faço idéia do que falei pra ele.

Pior foi ter me visto brigando com o moleke, sem saber o que estava falando. Eu xinguei ele? Não, acho que não, eu não preciso disso. Eu devo ter chamado ele de "mano", eu tenho essa mania por "mano". Mas eu não precisei xingar, eu sei muito bem o que falar e como falar quando eu estou brava. Mas não lembro. Tento lembrar e só lembro de me ver brigando com ele.

Então me pergunto... onde eu estava?
As coisas, desde o começo da semana, tem perdido o tato. Eu não sinto mais como eu sentia, eu estou adormecendo... como já adormeci antes. E estou preocupada... eu estou bem?
Algo estranho está acontecendo, e eu espero acordar a tempo...

Eu escrevi um depoimento pro Marcelo no orkut... bizarro, as palavras fluíram como eu nunca acreditei que aconteceriam, ficou poético e sincero, assim como eu trato ele. Isso é estranho... muito... Fiquei com vontade de escrever pros meus irmãos, pro Guilherme (que eu tanto amo) e pra Cris (que tanto tenho saudades).

Um comentário:

Claragar de Forester disse...

Nha, tadinha da phophinha! Teve um dia estressante!
Certamente está precisando dos meus tentáculos pra faezr massagens e deixa-la mais relaxada!
/bj/bj/bj